A trilogia distópica "A Seleção", de Kiera Cass
- thatiisr0
- 16 de abr. de 2014
- 5 min de leitura
Resolvi falar da trilogia distópica da autora Kiera Cass, A Seleção, lançada pela editora Seguinte. Já aviso que sou suspeita para falar, mas tentarei dar uma opinião bastante realista a respeito da saga.
Para começo de conversa, se você vai começar a ler a trilogia esperando algo semelhante a Jogos Vorazes (muitas pessoas fizeram essa comparação!) começarei desapontando-o logo de cara. A Seleção, apesar de também ser uma trilogia distópica, foca muito mais nos personagens, nos seus dramas, conflitos e vivências, do que na sociedade em si.
A Seleção
A história se passa em um futuro pós 3° guerra mundial, onde os Estados Unidos dão lugar a um país chamado Illéa, um país monarca dividido em oito castas, numeradas de um a oito. As castas representam a sua posição social, sua profissão e também suas condições financeiras. A Um é a realeza, ocupada apenas pela família real. A única maneira de uma pessoa de outra casta fazer parte da Um, é se casando com um membro dela.
America Singer é da Cinco, a casta dos artistas. Ela trabalha cantando e vive um romance proibido com Aspen, um Seis. A relação entre pessoas de castas diferentes é mal vista, já que implica uma baita burocracia. Caso America quisesse viver de fato com Aspen, teria que migrar para a casta dele, e se as coisas já estão difíceis na casta Cinco, imaginem na Seis. Não que America se importe com isso, ela é uma garota de dezesseis anos muito simples, determinada e apaixonada, mas isso com certeza seria um problema para a família dela, a quem ela precisa ajudar.
America, no entanto, se inscreve na Seleção, uma espécie de reality show que vai escolher a futura esposa do príncipe Maxon, a nova princesa de Illéa. America se inscreve, despretensiosamente, no concurso e é escolhida com mais 34 meninas. Ela decide ir para o concurso, apesar de não querer se envolver com príncipe, apenas para poder ajudar a sua família com o dinheiro que receberá. O “problema” começa quando America percebe que Maxon é um garoto simpático, gentil, de coração nobre e que parece estar muito interessado nela.
America Singer é uma personagem singular. Com apenas dezesseis anos, ela é madura, impulsiva, teimosa e divertida. O livro tem uma narrativa fácil e fluida, que faz você querer ler sempre mais e mais.
O livro não é voltado especificamente para garotas, mas acredito que o público feminino seja mais alcançado por conta da história do príncipe, das princesas, vestidos, maquiagem etc. America Singer é a gata borralheira do futuro!
A Elite
A Seleção e A Elite parecem um único livro dividido em dois. Essa foi a sensação que eu tive, pelo menos. Se o primeiro livro deixa a desejar no quesito distópico, no segundo ele explora um pouco mais essa área, (com ataques rebeldes, a estrutura social de Illéa, as ideais divergentes de Maxon e seu pai etc) mas sem abandonar o romance.
Restam apenas seis meninas no palácio. America começa o livro com o coração mais divido do que nunca. De um lado está Aspen, com quem ela viveu uma história e fez planos. E do outro está Maxon, o príncipe que além de ser lindo e fofo, pode proporcionar a ela uma vida de princesa, literalmente. E para piorar sua situação, os dois estão dentro do palácio. Maxon porque é o príncipe e Aspen porque é um guarda real.
A Elite tem uma escrita mais madura e o desenrolar dos fatos é ainda mais gostoso. Embora esteja acontecendo levantes e ataques por toda Illéa, o ponto de vista que nos é oferecido é o de America Singer, que está dentro do palácio. Normalmente temos a visão de alguém que está dentro da luta e ter uma visão diferente sobre isso é incrível.
Muitas pessoas se irritaram com a constante indecisão da America em relação à Aspen e Maxon. Eu, no entanto, adorei! Precisamos entender que a protagonista é, desde o primeiro livro, uma garota indecisa. Se ela não ficasse extremamente dividida entre os dois seria totalmente contraproducente.
Marlee, a melhor amiga da America e também uma das selecionadas, tem mais destaque no segundo livro. Passamos a conhecê-la ainda melhor e amá-la muito mais. O pai da America se mostra um homem maravilhoso nesse livro, e é impossível não se encantar com a relação dos dois.
Outro fator positivo do segundo livro é que o Rei Clarkson, que sempre se mostrou contra America ser uma das escolhidas, agora deixa claro (para ela) que não gosta dela e que no que depender dele, ela não será a princesa.
Contos da Seleção
Todo fã da trilogia vai querer dar uma conferida no "Contos da Seleção - O PRÍNCIPE E O GUARDA". Ou estou errada?
Mesmo sabendo que 95% dos "spin off" de grandes sagas são sempre uma porcaria (minha opinião), tenho certeza que muita gente, assim como eu, vai comprar o livro, não é mesmo? O fato é que esse spin off, particularmente, me surpreendeu de maneira positiva até determinado ponto. A mesma história sendo narrada por personagens diferentes - nesse caso o Maxon e o Aspen - nos dá uma nova perspectiva de todos os personagens, não só dos que estão narrando, mas também da America. É muito bom ver alguém decifrando-a de maneira errada, por exemplo.
O trecho narrado pelo Maxon, no começo do livro, só serve para fazer o leitor se apaixonar ainda mais por esse maldito príncipe. E o trecho narrado pelo Aspen também é interessante. Intrigante, para dizer o mínimo. Só acho que a Kiera poderia ter colocado mais alguns capítulos narrados pelo Maxon ao final do livro, afinal, ele é o Maxon né?! Os três capítulos de "A ESCOLHA" no fim, também somaram ao livro, ao contrário do que imaginei a princípio.
Agora, o final do livro é totalmente dispensável. O livro termina com uma entrevista com a Kiera Cass, uma lista com o nome de todas as selecionadas (??), uma árvore genealógica para America (???), outra para Maxon (????) e outra para Aspen (?????), e mais um monte de comentários aleatórios da autora sobre a família de cada um. Enfim, ela tinha tudo para terminar o spin off de maneira ainda mais apaixonante e intrigante, mas preferiu encher linguiça.
"A Escolha", último livro da trilogia, tem lançamento previsto para 06/05/2014 no Brasil. O livro, no entanto, já está em pré-venda. Se quiser garantir o seu exemplar e ainda ajudar o blog, clique no banner da Livraria Cultura na página inicial do blog e compre o seu livro através do redirecionamento. Fazendo isso, a livraria repassa uma pequena porcentagem das vendas para ajudar na manutenção do blog. Já estou ansiosa para conferir o final dessa história apaixonante! Mesmo gostando do Aspen, eu sou totalmente #TeamMaxon e vocês?
Nota 1: as capas dos livros são a coisa mais linda, né?
Nota 2: O conto “O Príncipe”, disponibilizado gratuitamente pela editora, proporciona ao leitor uma visão diferente do Maxon, antes de toda a loucura da “Seleção” começar. Ainda não li o conto, mas espero conseguir ler antes do lançamento de “A Escolha”. Caso queira baixar o conto, segue o link: http://www.editoraseguinte.com.br/titulo/index.php?codigo=99007
Nota 3.: Um piloto da trilogia, escrito por Elizabeth Craft e Sarah Fain, ambas de “The Vampire Diaries”, foi gravado com Yael Grobglas no papel de America Singer. A CW, no entanto, desistiu de adaptar o livro para a TV. Vamos torcer para que CW venda os direitos da história para outra emissora ou estúdio de cinema. O que vocês preferem? Seriado ou filme? Eu particularmente adoraria ver America e Maxon nas telas grandes.
Nota 4: Confiram o trailer exclusivo do último livro da trilogia: http://shelf-life.ew.com/2014/04/16/kiera-cass-the-one-trailer-exclusive/
Espero que gostem e tratem de deixar seus comentários!
Beijo grande!
Comments