Destrua-me, de Tahereh Mafi
- thatiisr0
- 30 de abr. de 2014
- 4 min de leitura
Título: Destrua-me
Título Original: Destroy me
Autora: Tahereh Mafi
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581630298
Gênero: Ficção
N° de páginas: 99
Lançado apenas em formato digital. Faça o download do livro clicando aqui .
Continuando a falar da minha distopia preferida... Onde foi que eu parei? Ah, sim, claro... O spinoff lançado entre "Estilhaça-me" e "Liberta-me", "Destrua-me". Quem me conhece sabe da minha aversão aos spinoffs. Para mim, a maioria deles são lançados apenas para ganhar mais dinheiro ou para encher linguiça (com o perdão da expressão). Mas, contudo, porém, todavia... "Destrua-me" é O SPINOFF. Além de ter sido distribuído gratuitamente na fanpage da editora, a história, que é narrada pelo vilão Warner, só tem a acrescentar. Vale lembrar que esse livro deve ser lido entre o primeiro e o segundo, caso contrário, você não entenderá nada.
A história de Destrua-me começa no ponto onde Warner é atingido por uma bala (ainda em Estilhaça-me). Sem controle sobre Juliette e Adam, Warner começa uma espécie de caçada atrás dos dois. Ele quer se vingar de seu ex-soldado traidor, Adam, e recuperar Juliette, de quem ele sabe que foi traído, embora não queira se vingar.
"Por um instante penso no que os paramédicos fizeram com as minhas roupas. As roupas, digo a mim mesmo, apenas roupas; estou me concentrando apenas nas roupas agora.
Nada mais. Nenhum outro detalhe.
Botas. Meias. Calças. Suéter. Meu casaco militar com tantos botões.
Tantos botões que ela arrancou.
É um pequeno lembrete, mas o suficiente para me atingir."
Nesse livro, pude ter mais conhecimento acerca desse personagem intenso e intrigante que é o Warner. Normalmente (sempre) eu fico do lado do bonzinho, desejando que eles sejam felizes e o vilão (ou aquele que simplesmente se interpõe entre o casal protagonista) que se dane. Mas nessa saga as coisas são diferentes. Eu gosto do Adam e realmente acho que ele merece a Juliette, mas o Warner... Ah, o Warner arrebatou o meu coração. Sempre que leio uma cena dele com a Juliette, posso sentir um fluxo de energia percorrendo o meu corpo e me derretendo por completo.
"Estou condenado a uma vida de solidão, uma na qual não tenho companheiros, e viver apenas na minha mente. Procurei construir em mim mesmo um líder temido, e fui bem-sucedido; ninguém questionará minha autoridade ou expressará uma opinião contrária à minha. Ninguém fala comigo a não ser como o comandante-chefe e regente do Setor 45. Amizade não é uma coisa que eu já vivenciei. Nem como criança, nem agora.
Exceto.
Há um mês, abri uma exceção a essa regra. Houve uma pessoa que me olhava diretamente nos olhos. A mesma pessoa que falava comigo sem censura, alguém que não tinha medo de expressar raiva e sentimentos verdadeiros e puros na minha presença; a única que já ousou me desafiar, que já levantou a voz para mim..."
O jeito impetuoso e desafiador da Juliette, torna-a uma personagem igualmente interessante. Ela é extremamente poderosa, embora não saiba disso. Embora Kent seja o herói que vai resgatá-la em uma armadura, em cima do cavalo branco (não literalmente), é Warner quem a desafia, quem a faz pensar e refletir a respeito das coisas.
"Quando ela chegou, era tão teimosa e infantil, mas à medida que as semanas passaram ela pareceu se adaptar; parecia menos ansiosa, e de certo modo estava menos assustada. Tento me lembrar de que seus progressos não tiveram nada a ver comigo.
Tinham a ver com Kent.
Uma traição que de algum modo parecia impossível. Que ela fosse me trocar por um ser robótico, um idiota sem sentimentos como o Kent. Seus pensamentos são tão vazios, tão sem sentido; é como conversar com uma lâmpada de mesa. Não entendo o que ele pode ter oferecido a ela, o que ela deve ter visto nele, a não ser como um instrumento de fuga."
A história, além de oferecer o ponto de vista do Warner, nos apresenta também a maneira como ele foi criado. A sua criação explica boa parte de quem ele é hoje. É possível ver ainda, que apesar do modo cruel pelo qual foi educado, Warner tem um lado bom. Como todo ser humano ele possui qualidades, mesmo que não as reconheça.
A cena final ocorre em "Estilhaça-me", narrada por Juliette, e em "Destrua-me", narrada por Warner. É uma cena um tanto aleatória para se acabar uma história, reconheço, mas levando em consideração que esse é apenas um spinoff para se ter um segundo ponto de vista da história, parece correto terminar do jeito que terminou. Assim, sem grandes acontecimentos... Com a sensação de que Warner não é quem aparenta ser. Com vontade de saber o que acontece em seguida. Com um gostinho delicioso de quero mais.
"Alguma coisa se aproxima e bate nas minhas pernas.
Ouço um arquejo estranho e cansado; me viro.
É um cachorro.
Um cachorro cansado e faminto, tão magro e frágil que parece que pode ser levado pelo vento. Mas ele está me olhando. Sem medo. Com a boca aberta. Alíngua balançando.
Tenho vontade de dar risada.
Olho em volta rapidamente antes de pegar o cachorro nos braços. Não preciso dar ao meu pai outro motivo para me castrar, e não confio que meus soldados não irão contar uma coisa assim.
Que eu estava brincando com um cachorro.
Posso até escutar as coisas que meu pai iria me dizer.
Carrego a criatura chorosa até uma das casas que haviam sido desocupada srecentemente — vi apenas três famílias saindo para o trabalho — e me abaixopor trás de uma das cercas. O cachorro parece ser bem esperto para saber que agora não é hora de latir.
Tiro minhas luvas e ponho a mão no bolso para pegar um pãozinho doce que havia trazido como café da manhã; não tive tempo de comer nada antes de sairmos hoje cedo. E embora eu não faça ideia do que um cachorro coma ,exatamente, eu lhe dou o pãozinho."
Bom, sei que estou puxando sardinha para a saga... Ok, desse crime eu me declaro culpada. Mas é que eu realmente acho essa história uma obra prima deliciosa de ler. Acho inclusive, que a Novo Conceito deveria dar mais destaque à autora. E relançar os livros com as malditas capas originais, que são realmente muito mais atrativas.
Se com esses dois posts eu ainda não os deixei intrigados, no mínimo curiosos, aguardem o post de "Liberta-me" que vem por aí...
Comments