Resenha de "O lado mais sombrio"
- thatiisr0
- 11 de mai. de 2014
- 5 min de leitura
Título: O lado mais sombrio
Título Original: Splintered
Autora: A. G. Howard
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581633381
Gênero: Ficção/Fantasia
N° de páginas: 368
“O lado mais sombrio” é a primeira publicação de A. G. Howard, uma fã de Lewis Carroll, autor de histórias como “Alice no País das Maravilhas”. Com esse livro, ela espera inspirar os leitores a se apaixonarem pelas histórias pelas quais ela se apaixonou em sua infância.
Em seus agradecimentos ela diz: “Um agradecimento muito especial para Lewis Carrol e Tim Burton. Sem seu gênio artístico, personagens brilhantes e paisagens bizarras, eu nunca teria me inspirado a escrever este livro.” E basta conhecer um pouquinho dessas duas mentes brilhantes para perceber a influência deles sobre os cenários e personagens desse livro.
“Bem-vindo ao verdadeiro país das maravilhas...”
Com uma capa colorida, intrigante e psicodélica, a editora “Novo Conceito” lança no Brasil o primeiro livro da escritora. As páginas amareladas dos livros contam com um charme extra: bordas florais que tem tudo a ver com a história.
Alyssa Gardner é uma garota peculiar do ensino médio que ouve os pensamentos das plantas e dos animais. Para contê-los, ela os captura e os sufoca com suas armadilhas que preservam os cadáveres, que são utilizados em suas obras de arte. A introdução do livro já é bastante mórbida, mas A. G. Howard fornece tantos detalhes ricos em sua escrita que o leitor acaba se sentindo parte da história. Houve momentos em que realidade e alucinação se confundiram para mim.
“Estou esperando dentro da toca do coelho, amor. Encontre-me.”
Logo nos primeiros capítulos algumas coisas ficam claras para nós. Os sentimentos dela por Jeb são tão óbvios, que parece absurdo ele não saber. Tom Gardner é um pai dedicado, apaixonado, esperançoso e muito castigado pela vida. Sua mulher, Alison Gardner, foi internada em um sanatório quando Alyssa era apenas uma menina. Alyssa se esforça para não se parecer em nada com sua mãe, talvez por saber que esse é o futuro que a vida lhe reserva. Exceto se ela puder fazer algo a respeito.
“Se eu conseguir fazer isso, poderei enfim ser normal. Talvez normal o bastante para revelar a Jeb o que sinto.”
Alyssa entra na toca do coelho e embarca nas loucuras do País das Maravilhas acreditando ser tataraneta da Alice (sim, A Alice) e com a descoberta de que precisa concertar os erros de sua tataravó para livrar as mulheres da família (inclusive ela e sua mãe) de uma maldição.
“Uma sensação inconfundível de reconhecimento me possui. Reconheço este lugar de meus pesadelos com Alice. Estamos no covil da Lagarta – o sábio guardião do País das Maravilhas.”
Nesse Mundo das Maravilhas distorcido e psicodélico reencontramos os tão famosos personagens de Lewis Carroll, mas totalmente reformulados e diferentes do que imaginamos.
Eu achei a história do livro simplesmente sensacional. A escritora tem uma narrativa deliciosa e insere o leitor no mundo criado por ela. Em alguns raros momentos (como no capítulo “O mar de lágrimas”), no entanto, eu me peguei lendo depressa demais, passando pelas palavras com certa preguiça. Não acredito que seja um ponto negativo do livro, mas eu, especificamente, sou uma pessoa muito ansiosa e quero fatos, acontecimentos e grandiosidades o tempo todo... Nos momentos em que ela descrevia muito detalhadamente certas coisas, eu acabei me dispersando e esperando algo realmente acontecer. Mas cada leitor é único, e tenho certeza que muitos vão gostar desse estilo de escrita.
Os personagens são cativantes e contraditórios. Há momentos que você os ama e outros onde os odeia. Jeb, o melhor amigo de Alyssa é, sem dúvidas, o seu grande amor. Mas por outro lado há Morfeu: “Misterioso. Rebelde. Problemático. Todas as qualidades que as mulheres acham irresistíveis”.
“- Cai na real você – rebate ele, com o hálito feito um jato quente na sala fria – Eu sei que você não é mais uma menina. Acha que sou cego? – Seus dedos entrelaçam nos meus, prendendo meus braços contra os espelhos frios e lisos, de modo que nossos corações batem um contra o outro – E a esquecida aqui é você. Porque não há nada fraternal no que você me faz sentir.”
Não quero dar nenhum spoiler, então serei bem vaga quanto à história. Você passa o livro inteiro acreditando em uma coisa e quando chega ao final, percebe que não é nada daquilo. É simplesmente brilhante. Apesar de tudo terminar muito bem, muito bom, Howard deixa um gancho interessante para a continuação... Com o espírito da Vermelha a solta e Granadine temporariamente no comando, Alyssa ainda terá muitas contas para acertar com o País das Maravilhas.
Um dos fatores mais cativantes do livro é a forma como Alyssa se descobre, revela e percebe dentro do País das Maravilhas.
“Tenho outro lado, além da boa moça e da filha obediente, que é instintivo e selvagem.
É esse lado que escolhe confiar nele, apesar do nosso passado bizarro. Ou talvez por causa dele.”
O segundo livro da saga, intitulado “Unhinged” (clique para conferir a capa) - algo como Confusa/Enlouquecida, em português - foi lançado em janeiro desse ano nos Estados Unidos. Ainda não há previsão para lançamento no Brasil. Entre o primeiro e o segundo livro da saga, há também um spinoff chamado “The Moth in the Mirror”, lançado em outubro de 2013 nos Estados Unidos e também sem previsão para o Brasil.
No site da escritora existe uma enquete onde ela pede a nossa opinião sobre quais atores deveriam interpretar seus personagens em uma hipotética adaptação para o cinema. Será que isso é um sinal? Eu prefiro acreditar que sim! As opções para o papel da Alyssa são: Aimee Teegarden, Britt Robertson e Emily Browning. A Britt é quem mais se aproxima da Alyssa que eu criei na minha mente, totalmente influenciada pela capa do livro, confesso. As opções para o papel do Jeb são: Diego Boneta, Ethan Peck e Garrett Hedlund. E o meu voto foi, obviamente, para o irresistível Diego. Sou suspeita, eu sei. Além de ser fã do trabalho dele desde Rebelde (sim, ele fez Rebelde!), acho que o charme latino e a voz rouca dele combinam demais com a imagem que eu tenho do Jeb. E sobre Morfeu... É uma escolha difícil. As opções de atores são: Alex Pettyfer, Bem Barnes e Ian Somerhalder. Sou super fã de The Vampire Diaries e acredito que Damon e Morfeu tenham muitos pontos em comum, mas... Acho que o Alex tem muito mais a ver, considerando que o Morfeu tem apenas dezessete anos e seu ar rebelde é muito mais jovial e despreocupado. O que vocês acham?
Espero que tenham aproveitado o post e se aventurado um pouquinho na fantasia irresistível de "O lado mais sombrio."
Beijos,
Thati.
Obs.: Lembrando que tem PROMOÇÃO rolando no blog.
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