[RESENHA] - INCENDEIA-ME, DE TAHEREH MAFI

Título: Incendeia-me

Título Original: Ignite me

Autora: Tahereh Mafi

Editora: Novo Conceito

ISBN: 9788581634418

Gênero: Ficção/Distopia

N° de páginas: 384

Os fragmentos do livro usados nesse post, bem como as opiniões da blogueira, não revelam spoilers acerca da obra.

Olá queridos, como estão todos? Quem me conhece sabe que a trilogia "Estilhaça-me", da Tahereh Mafi, é a minha preferida desde o dia em que me deparei com a saga. Precisei de apenas dois dias para devorar o último livro da saga, e é com pesar que venho resenhar essa obra prima para vocês. Sei que é difícil ser imparcial quando se está completamente apaixonada por um dos personagens do livro (Warner, Warner, Warner <3), mas eu juro que tentarei.

Nesse livro, tudo que Juliette sabe sobre o Ponto Ômega e seus amigos pode ser mentira. Eles acreditam que Juliette está morta. E Juliette, por sua vez, não tem certeza se eles estão vivos. O livro começa com Juliette acordando no quarto de Warner, seu salvador. Apesar de reconhecer que ele salvou a sua vida, Juliette ainda tem medo dos seus próprios sentimentos em relação a ele.

"Porque a verdade é tão insuportável que eu queria que ele me entregasse uma mentira."

"- Você é uma covarde - ele sussurra. - Quer ficar comigo e isso a deixa apavorada - diz. - Com vergonha por querer alguém como eu. Não é?"

Tahereh Mafi, em minha opinião, foi brilhante no desenvolvimento dos personagens. A menina frágil e inocente do primeiro livro, não se parece em nada com a Juliette poderosa e destemida do último. Podemos ver, ao longo das edições, que a protagonista cresce conforme suas vivências vão aumentando... Algo muito próximo a vida real.

"Aperto os punhos e tento não gritar e guardo meus amigos no coração e

a vingança

eu penso

nunca pareceu tão doce."

Warner (por quem estou irremediavelmente apaixonada) se mostra uma verdadeira caixinha de surpresa durante toda a obra. Se "Destrua-me" mudou a sua percepção sobre ele, prepara-se para mudanças ainda maiores.

" - (...) E, se insistir em continuar a fazer suposições quanto ao meu cartáter, dou apenas este conselho: presuma que sempre vai estar errada."

"E eu estou com medo.

Porque, quanto mais eu descubro a respeito dele, menos desculpas tenho para afastá-lo."

" - (...) Duas vezes eu me expus para você e tudo o que consegui foi um ferimento a bala e um coração partido. Não me torture - ele diz, olhando nos meus olhos de novo. - É algo cruel a se fazer, até com alguém como eu."

Para os amantes distópicos, imagino que o livro não será o melhor dos melhores. Durante várias páginas, o foco da trama é a redescoberta dos sentimentos de Juliette em relação a Warner, Adam, ao mundo e a ela mesma. Ela precisa lidar com um emaranhado de sentimentos dentro de si, enquanto descobre a dimensão do seu poder. Ela está destemida agora e quer, de verdade, lutar. Enquanto ela se arrastava sem grandes evoluções no Ponto Ômega, agora ela vai conseguir uma mudança incrível.

"Não tenho mais medo do medo, e não vou deixá-lo mandar em mim.

O medo vai aprender a me temer."

Apesar do Adam ser um cara incrível, ele fica realmente um porre quando percebe que Juliette não o ama como ele achava que amava. Ele fica ainda mais furioso quando se dá conta de que ela está cultivando sentimentos pelo homem que tentou matá-lo. Toda a raiva dele é um pouco chata. Ele se torna repetitivo e um verdadeiro pé no saco, e Juliette precisa lidar com ele, porque independente de qualquer coisa, ele é seu amigo e ela o ama.

"Palavras, eu penso, são criaturas muito imprevisíveis."

Por falar em amigos, a amizade de Juliette e Kenji toma outras proporções neste último livro. Se Kenji não existisse, precisaria ser inventado. O seu senso de humor (muitas vezes inconveniente) é essencial para tornar a história mais divertida. Nesse livro, nós também podemos ver um outro lado dele, um lado que ele consegue expor apenas para Juliette.

" - Isso porque você não é frágil - afirma. - Na verdade, todo mundo precisa se proteger de você. Você é como uma besta, droga - ele diz.

Depois, acrescenta:

- Digo, você sabe... Tipo, uma besta fofa. Uma pequena besta que rasga as coisas e quebra a terra e suga a vida das pessoas."

"- Pesado demais. Até para mim. E, em alguns dias, eu não quero rir - ele fala. - Eu não quero ser engraçado. Não quero dar a mínima para nada. Em alguns dias, eu só quero sentar a bunda e chorar. O dia todo."

Quando terminei de ler o livro, eu queria voltar para a primeira página e ler tudo de novo. Apesar dos staccatos típicos da escrita da Tahereh, esse livro tem uma leitura rápida, fluida e eletrizante. Nenhum capítulo é desnessário. Nenhuma palavra é perda de tempo. E a história é ainda mais apaixonante. Ao longo dos três livros, percebemos como Juliette muda e como seus sentimentos a acompanham nessa mudança. Em "Incendeia-me" ela precisa lidar com todas essas mudanças e descobrir que ela pode mudar o mundo; que ela sempre se subestimou e que Warner esteve certo o tempo todo: ela é muito mais poderosa do sempre imaginou.

O final do livro é muito rápido. Quando a guerra realmente acontece, faltam poucas páginas para o fim. E quando tudo realmente acabou, me senti desesperada, porque eu queria mais; precisava de mais. Eu queria saber o que aconteceria com o país, como ele seria liderado; como cada um dos personagens seguiria com a sua vida. Eu queria mais romance também, porque sou uma romântica incorrigível e sempre quero mais.

Ainda não estou pronta para tirar esses personagens da minha vida. Não estou pronta para abandoná-los, para acreditar que não saberei mais sobre suas vidas. Sinto um vazio no peito, e acho que é normal se sentir assim quando se ama tão intesamente uma história, não é? Volto a insistir: se você não conhece essa saga, por favor, permita-se conhecê-la. A escrita lenta e monótona do início do primeiro livro é justicável, na verdade, ela é essencial para que se acompanhe a evolução de Juliette Ferrars. Uma história cheia de redescobertas, revelações e sinceridade. Tahereh se tornou (com três livros e dois spinoffs) minha escritora favorita.

A edição da Novo Conceito está linda. A capa - finalmente a mesma dos Estados Unidos - é linda e a diagramação não fica muito atrás. A revisão, no entanto, deixa um pouquinho a desejar. Com apenas quatro meses para traduzir e revisar a obra, alguns erros de digitação aparecem no decorrer das páginas. Não foi um problema para mim, mas é sempre bom ressaltar. Os jackets dos livros anteriores ainda não chegaram. A Novo Conceito os enviará sem nenhum custo, o que com certeza é ponto positivo para a editora.

A FOX, como eu já disse, já comprou os direitos da obra, mas até agora, nada foi falado a respeito disso. Fico querendo, desesperadamente, que ela seja adaptada para o cinema, pois assim, ao menos, eu ainda terei mais um pouquinho dessa obra sensacional para poder desfrutar.

E aí, o que acharam? Alguém já leu o último livro? Alguém está ansioso para ler? Eu sou totalmente #TeamWarner, alguém por aqui não é?

Espero que tenham gostado. Beijos, e até o próximo post.