[RESENHA] MINHA BREVE HISTÓRIA, STEPHEN HAWKING
- Larissa Pez
- 22 de fev. de 2015
- 2 min de leitura

Título: Minha breve história
Título original: My Brief History
Autor: Stephen Hawking
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580574258
Gênero: Biografia, Literatura estrangeira
N° de páginas: 144
Olá, cinéfilos de plantão! Estamos em contagem regressiva para a cerimônia do Oscar, que será exibida hoje, a partir das 20h30, no TNT. Que maneira melhor de aguardar o resultado da premiação, senão comentando um livro relacionado aos filmes indicados?
Esse não era meu projeto original de resenha, mas o Sr. Hawking andou me perseguindo nas últimas semanas. Um estranho fenômeno cósmico, quando um objeto entra em sua esfera de percepção e você se torna consciente de todo e qualquer assunto que o envolva. Como uma pessoa em processo de adoção, que começa a ver bebês por toda a parte. No meu caso, os bebês eram gênios brilhantes da física moderna, com uma doença degenerativa rara e muito senso de humor.
(mapa mental - clique na imagem para ampliá-la)
Minha Breve História é uma biografia escrita pelo próprio Stephen, quando seu estado clínico o permitia digitar apenas três palavras por minuto (mais do que consigo em minha capacidade normal, embora por outros motivos). O mais recente de vários livros que a limitação motora não o impediu de publicar.
Com uma escrita simples e precisa, relata sua infância em uma família peculiar de intelectuais, o progresso acadêmico até se tornar professor lucasiano na Universidade de Cambridge (posição já ocupada por Isaac Newton), sua controvertida vida conjugal e as teorias que o consagraram no meio científico. À exceção das últimas, cuja complexidade exige um maior grau de abstração do leitor, a narrativa flui com muita facilidade.
Não me parece por acaso que, quando criança, Hawking tenha sido obrigado a ler capítulos da Bíblia como o Gênesis e, posteriormente, se interessado pela cosmologia, ciência que estuda o nascimento, o progresso e a disposição estrutural do universo.
Em meio a mentes brilhantes, se considerava um aluno mediano e, embora já desse sinais de genialidade, apenas após ser diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) teve conquistas significativas em suas pesquisas. O que me remeteu a uma discussão que tive outro dia sobre inteligência x esforço e modificou meu conceito de limitação.
"O comportamento que prevalecia em Oxford naquela época era extremamente antitrabalho. Você deveria ser brilhante sem esforço ou aceitar suas limitações e obter um diploma de quarta classe.
[...]
Certa vez calculei que estudara cerca de mil horas nos três anos em que estive lá, mas, na época, tinha a mesma atitude da maioria dos meus colegas. Exibíamos um ar de tédio completo e a ideia de que não valia a pena fazer esforço para nada. Uma das consequências de minha doença foi mudar toda essa visão. Quando você se depara com a possibilidade de uma morte precoce, percebe que a vida vale a pena e que há muitas coisas que você deseja fazer."
Terminei a leitura inspirada por seus avanços no campo teórico da física, algo que sempre me interessou e não foi devidamente fomentado por nossas metodologias de ensino, e por sua breve história extraordinária, que só podia mesmo render um filme.
Filme que, por sinal, tem um elenco maravilhoso e deve levar ao menos o Oscar de Melhor Ator. Mas isso vamos conferir mais tarde!

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