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[RESENHA] O PRESENTE DO MEU GRANDE AMOR, ORGANIZAÇÃO DE STEPHANIE PERKINS

  • Thati Machado
  • 28 de fev. de 2015
  • 9 min de leitura

Título: O presente do meu grande amor

Organização: Stephanie Perkins

Editora: Intrínseca

ISBN: 978-85-8057-625-2

Gênero: Contos

N° de páginas: 350

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Olá leitores, como vão? Sei que o natal já passou, mas finalmente lhes trago a resenha de “O presente do meu grande amor”, livro que reúne contos de diversos autores aclamados e foi organizado pela Stephanie Perkins, autora de “Anna e o beijo francês” e “Lola e o garoto da casa ao lado”. Se a resenha ficar um pouco grande, peço desculpas de antemão. Mas são doze contos e eu realmente quero falar sobre cada um deles.

“Meias-noites” - Rainbow Rowell

Recentemente tive o meu primeiro contato com a escrita da autora através de “Eleanor & Park” (resenha aqui). Apesar de ter gostado muito do livro, ele não supriu minhas expectativas. E então comecei a ler esse conto. Como todos os outros, ele é curtinho... E apaixonante. O modo como a autora conduz a história é ótimo, pois nos permite conhecer os personagens através de um mesmo dia durante vários anos. Conhecemos a amizade de Mags e Noel ao longo de várias viradas do ano e ansiamos pelo momento em que ambos perceberão que essa amizade é, na verdade, algo muito mais forte.

“Ele era, de todos, o seu melhor amigo, mesmo que ela não fosse a dele. Noel era a pessoa favorita de Mags.”

Apesar de ser uma história breve, não senti como se os personagens fossem estranhos ou superficiais. Tive a oportunidade de conhecê-los. Pude vislumbrá-los nas diversas festas de reveillón que compartilharam e me peguei torcendo euforicamente pelos dois.

“Não conseguiria ficar do outro lado da sala vendo Noel beijar outra pessoa. Não nesta noite. Não conseguiria ver outra pessoa ganhar o beijo pelo qual ela vinha se esforçando tanto, desde o momento em que eles se conheceram.”

Narrado em terceira pessoa, o conto é marcado pela escrita leve e desenvolta da autora. Ele faz você suspirar, e não importa que a história seja um pouco clichê, pois ela nunca sai de moda.

“− Não vou a lugar algum, Noel. − Vai sim − disse ele, apertando-a contra si. − E não tem problema. Só... preciso que você me leve junto.”

A dama e a raposa - Kelly Link

Não conheço a autora, portanto, quando comecei a ler o seu conto, não sabia exatamente o que esperar. Dos doze, esse foi o conto que menos me agradou. É interessante, romântico e mágico, mas achei que toda a magia envolvida é infantil demais. Não me conectei com os personagens, nem mesmo com o misterioso Honeywell, por quem Miranda se sente atraída.

“Miranda se pergunta se os furões ficavam na gaiola nesses momentos. Quão perturbador deveria ser, ela se pergunta, dar uns amassos com furões assistindo? Com seus olhinhos de botão.”

Esse conto também é narrado em terceira pessoa. A escrita da autora é boa, mas acho que sua história não conseguiu ser muito cativante.

Anjos na neve - Matt de la Peña Outro autor que para mim era, até então, desconhecido. Mas ao contrário do que aconteceu com a Kelly, Matt me encantou. Com uma história leve e divertida, conhecemos Haley e Shy. Ao longo das páginas acompanhamos como o relacionamento dos dois se desenvolve. A princípio são apenas vizinhos temporários, mas logo eles começam a compartilhar momentos, conversas e risos. Apesar das mentiras que Shy não consegue evitar. Apesar da percepção aguçada de Haley.

“− Uma pergunta: você preferiria ser excelente em algo de que gosta ou apenas boa em algo que ama?”

Gostei muito da escrita do autor, do desenrolar da história e também de seus personagens. Com certeza procurarei mais a respeito dele posteriormente.

Encontre-me na estrela do norte - Jenny Han

Esse conto é repleto de fantasia. Conta a história de Natalie, ou Natty, uma garota comum que vive no Polo Norte e tem o Papai Noel como seu próprio pai. Ela vive cercada de duendes e bem... Apaixona-se por um deles.

“Então é por isso que moro aqui, no Polo Norte, um lugar onde nenhuma garota humana jamais morou.”

Esse conto é apaixonante. Peguei-me torcendo por esse improvável casal e adorei toda a magia que transborda ao longo da história. O final é bom. Ele não traz conclusões e um final feliz, mas deixa no ar uma pitada de romance e esperança.

“Morando onde moro, às vezes pode ser difícil reconhecer a diferença entre a magia e o faz de conta.”

É um milagre de Yule, Charlie Brown - Stephanie Perkins

Depois de ler “Anna e o beijo francês” minhas expectativas em relação à autora não eram tão altas. Não é que eu não tenha gostado do livro, muito pelo contrário, eu adorei. Mas as histórias da autora são leves, tranquilas e sem grandes mistérios. Então, quando comecei a ler esse conto esperei uma história doce e agradável, mas sem muitas surpresas. E foi o que aconteceu.

O mais incrível, a meu ver, são os personagens construídos pela autora. Ambos são interessantes e cheios de personalidade. Os diálogos são excelentes e a história flui de forma natural.

“Talvez eles tivessem mais em comum do que Marigold pensava, mais do que uma apreciação mútua por disputas verbais.”

“ − Sempre me senti sortudo por morar em um lugar onde a neve é rara, sabe? É a raridade que a torna tão especial.”

O conto termina de forma agradável e esperançosa. Não só para Marigold e North, mas também para suas famílias. Apesar da história ser curta, senti que conhecia seus protagonistas e me identifiquei com eles. Adorei a história e seu desenrolar, bem como a narrativa tranquila da autora.

Papai Noel por um dia - David Levithan

Nunca tinha lido nada do autor, mas confesso que minhas expectativas em relação a ele eram altas. Identifico-me com suas lindas histórias de amor que tratam a sexualidade do indivíduo de forma natural, como deve ser.

“− É difícil não se sentir um pouquinho gordo quando seu namorado pede que você seja o Papai Noel.”

Peguei-me encantada com a narrativa do Levithan. Os personagens são cativantes e divertidos. A história é deliciosamente leve e agradável.

“ Agora me pergunto de onde é que veio tanta pele se o Papai Noel passa a maior parte do ano no Polo Norte. Talvez seja ele − e não o aquecimento global − que está acabando com os ursos-polares. Só uma ideia.”

Apesar de toda a leveza, o conto também expõe as inseguranças de dois jovens que precisam nadar contra a corrente. Dois jovens que se amam, mas necessitam percorrer um árduo caminho para serem aceitos como são.

Krampulslauf - Holly Black

Já tinha ouvido falar a respeito da autora e suas obras. Inclusive, já senti-me atraída por uma delas. No entanto, esse era outro nome do qual não sabia o que esperar. Logo de cara gostei do nome, porque bem... Gosto de nomes diferentes. Complicados. No início achei que seria só uma história de adolescentes e fiquei desmotivada.

“Elas pegavam uma coisa incrível e a esterilizavam até se tornar uma coisa horrenda.”

Quando um pouco de magia sobrenatural aparece na história, as coisas melhoram. O enredo e a premissa são excelentes, mas essa não foi uma das minhas histórias preferidas. Ela é boa, cumpre sua função, mas é só isso. A personagem principal é interessante em determinados pontos, mas não em todos.

“Meu namorado de mentira foi o melhor namorado que nunca tive.”

“Queria fazer todas essas coisas contraditórias com tanta intensidade que acabei não fazendo nada.”

Gostei do conto. A narrativa é boa e os personagens são bons, mas não fiquei empolgada o suficiente para querer ler outras histórias da autora. Pelo menos, não por enquanto.

Que diabo você fez, Sophie Roth? - Gayle Forman

“Se eu ficar” (resenha aqui), da mesma autora, foi uma leitura agradável e bastante gratificante. A autora mescla o cotidiano com acontecimentos importantes, e faz da história muito mais que um chick-lit ou um drama água com açúcar. Seu conto foi uma surpresa ainda maior para mim. Com certeza uma das histórias que mais gostei. Sophie Roth é uma personagem bem construída e com um senso de humor próprio. Identifiquei-me com ela em diversos momentos, principalmente nestes:

“(...) Sophie precisou dizer estou brincando pelo menos meia dúzia de vezes, tendência que continuou até meados do semestre, quando ela finalmente se deu conta de que sarcasmo era um dialeto separado, que não era compreendido por todos ali.”

“Sophie se perguntou quando ela enfim aprenderia que muitas coisas parecem uma boa ideia, mas que uma pequena análise pode revelar que tais ideias boas na aparência são, na verdade, intrinsecamente falhas.”

Apesar de ser narrado em terceira pessoa, pude conhecer os personagens com o aprofundamento que eu considero importante nas histórias. Russel e Sophie formam um casal único e seus diálogos são inteligentes, sarcásticos e interessantes. Adorei-os enquanto casal e me diverti muitíssimo durante a leitura. É interessante perceber que além de formarem um bom casal, eles se tornam mais eles mesmos quando estão juntos.

“De todas as coisas e pessoas de que sentia falta ultimamente, era estranho ver a si mesma no topo da lista.”

“Mantinha a cabeça baixa, não olhava para os lados. Era uma tática de sobrevivência. Só que agora ela se perguntava se não era uma tática de sobrevivência burra, como usar um colete salva-vidas feito de chumbo.”

Baldes de cerveja e menino Jesus - Myra McEntire

Mais uma autora que tive o prazer de conhecer nessa obra. Gostei muito de sua história, não tanto por ela própria, mas por causa de alguns trechos descontraídos e outros bastante reflexivos. Há boas críticas durante as páginas e eu gosto disso.

“− E eu tenho certeza de que Jesus chorou. Ele era um bebê. É ridículo que a gente precise perpetuar esses mitos por causa das expectativas comercializadas das pessoas.”

O enredo, no entanto, não apresentou nada de muito especial. É clichê e previsível. Ainda assim, foi uma boa leitura. Fluiu de forma tranquila, mas faltou algo para, de fato, me conquistar.

Bem-vindo a Christmas, Califórnia - Kiersten White

Conhecer a escrita da Kiersten através desse conto foi uma surpresa gratificante. Eu adorei a narrativa, o enredo, os personagens... Tudinho mesmo. A trama até segue por um lado um pouco clichê, mas ela traz surpresas e é deliciosamente esperançosa. É possível perceber a leve mudança na protagonista e todas as coisas positivas que a acompanham.

“Todo mundo aqui é infeliz, e estamos batendo ponto até morrermos.”

Narrado em primeira pessoa, o conto nos mostra como às vezes fazemos julgamentos equivocados; como nem tudo é o que parece. O romance é agradável e há também as questões familiares, bem abordadas pela autora.

“Ele cora. A forma como suas bochechas ficam vermelhas enquanto ele busca uma resposta é quase encantadora demais para suportar, então eu pego um biscoito para ajudá-lo.”

“− Se você fosse uma comida, seria um biscoito de gengibre. Condimentada o bastante para manter a vida interessante, mas com doçura suficiente para equilibrar o sabor.”

O final desse conto me arrancou vários suspiros e me fez pensar sobre as coisas importantes da vida. Já vou correr atrás de outras obras da autora!

Estrela de Belém - Ally Carter

O penúltimo conto da obra não entrou para a minha lista de favoritos, mas foi bastante satisfatório, ainda assim. A história é boa e os personagens também. Há dramas e conflitos na medida certa e também um quê de mistério. Enquanto folheava as páginas, teci diferentes personalidades e vidas para a protagonista... E posso dizer que um dos meus palpites estava certo.

“Assenti, muito feliz em continuar vivendo aquela mentira.”

A garota que despertou o sonhador - Laini Taylor

E por fim, chegamos ao último conto da trama. E sim, eu tinha MUITAS expectativas depositadas sobre ele. Afinal, depois de ler “Feita de fumaça e osso” (resenha aqui), da mesma autora, espera-se algo tão incrível quanto. E Laini não só correspondeu as minhas expectativas, como superou-as. Sem sombra de dúvidas, esse foi o melhor conto de todo o livro para mim.

“Agora falava sozinha o tempo todo. Usava a voz para fatiar o ar pesado e impedir que ele a esmagasse.”

Para começar: acho a escrita da autora fantástica. Ela faz comparações excelentes e consegue imprimir sua personalidade em cada sílaba. Suas histórias possuem ar de mistérios e conflitos reais.

“Alguns tipos de sofrimento faziam você odiar o mundo, mas outros faziam você odiar a si mesmo (...)”

Quando o assunto é fantasia, podemos citar vários autores incríveis que escrevem sobre vampiros, lobos, anjos etc. Laini, no entanto, cria seus próprios seres míticos e a forma como ela consegue torná-los reais só pode ser considerada MAGIA.

“Ele era o deus da maré e das asas, das garras e das pérolas. Ela era deusa de... si mesma. E ele não conseguia tirar os olhos dela.”

Neve é um personagem tão intrigante, quanto encantador. Ela é forte e guerreira, e não é à toa que ela desperta o sonhador depois de tanto tempo. Laini não me decepcionou em nada e só me deixou mais curiosa para ler “Sonhos de Deuses e monstros”.

XXXX

O livro inteiro é maravilhoso. Há contos para agradar os mais variados públicos e todos com aquele gostinho mágico do natal. O último, como disse, foi o meu preferido. Acho que Stephanie Perkins acertou em cheio quando convidou esses escritores. Sei que a resenha ficou gigante, mas quis poder dar mais detalhes sobre cada história para vocês. Espero que tenham gostado e até a próxima!

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THATI MACHADO

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Thati Machado é escritora, blogueira, youtuber e design nas horas vagas além de uma grande apaixonada por YA's e distopias. Possui quase dois milhões de leituras no Wattpad e é conhecida por suas histórias cheias de representatividade. Além dos vários livros independentes, publicou "Poder Extra G" pela Astral Cultural e escreveu "Liberdade Comprometida" para a antologia "Mundos Paralelos" da editora Abril. Thati já foi tema de jornais como O Globo e o Fluminense, além de ter sido destaque no portal G1. Também já participou de programas como o Sem Censura e é o primeiro nome confirmado na segunda temporada das LitGirlsBr. 

RITA FLÔRES

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Rita Flôres  é professora de idiomas e literatura, formada pela Universidade Federal Fluminense. Escreve desde os 14 anos, mas só resolveu mostrar seus escritos em 2013, quando achou que sua imaginação deveria ganhar o mundo. Cantora, desenhista, blogueira, tem um envolvimento profundo com as artes. Ama cães, crianças, trabalhos voluntários e música. Seu sonho é ter uma livraria com um cantinho onde se possa ler para crianças.

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