[RESENHA COMENTADA] PONTE DE CRISTAL, DE THATI MACHADO
- Larissa Pez & Thati Machado
- 10 de abr. de 2015
- 4 min de leitura
Antes de dar início a essa resenha, gostaria de avisar que a Larissa leu o livro há séculos, mas demorou uma eternidade para escrever essa resenha. Mas não vou reclamar, afinal, ela está indo ao ar exatamente no dia em que o blog completa o seu primeiro ano de existência. Para quem não sabe, o NTC foi criado no final do processo de escrita do livro. Então, dá um baita orgulho ver essa resenha aqui hoje. Vocês verão a resenha da Lari na cor preta e os meus comentários em laranja (não resisti, rs!).

Ponte de Cristal pode ser o livro de estreia de Thati Machado, mas suas histórias já me prendiam em tempos saudosos de Orkut (saudades desses tempos. Mas agora temos o wattpad, rs!). Fomos leitoras mútuas antes de nos tornarmos amigas, quase coautoras de um romance que só ficou em nossas cabeças e recentemente parceiras nesse projeto que hoje completa 1 ano de existência. De alguma forma, a escrita sempre nos uniu.
Isso me torna um pouco suspeita para comentar seu trabalho, mas igualmente crítica. Porque tive a oportunidade de acompanhar essa trajetória, conhecer seus pontos fracos e testemunhar o desenvolvimento de seu talento. Em resumo: eu sei do que Thati é capaz!

Nessa obra, ela saiu totalmente da zona de conforto para dar vida à Mia Vingativa Prescott, em um cenário distópico idealizado por sua mente muito doentia (sempre soube que não era a única psicopata por aqui) e construído nas bases políticas características do gênero: Lar Socialista, governo tirano e um grupo autointitulado de Resistência, em vias de uma revolução.
Minha completa aversão a mocinhas (Você é muito chata. Não gosta nem de si protagonizando a sua própria história de vida, hahaha!) me fez ter uma leve antipatia pela protagonista logo de início. Sou do contra mesmo. Gosto de personagens secundários, que os autores não se empenham tanto em tornar adorados pelo leitor (e, convenhamos, ela já era adorada por pessoas demais). Preferi resguardar meu coração de pedra para Vovó Jandí, a vaca da Celine e o chato do Stevie (até hoje apenas um leitor, além de você, se encantou por ele). Com o passar dos capítulos, lá por volta do 13, Mia ganhou meu respeito.
“Meus dedos provavelmente sofriam com todo esse impacto, mas eu não sentia nada. A única dor que estava me matando vinha de dentro”
Na mesma linha de oposição, acabei shippando o casal errado (leitores de Poder Extra G dirão: sempre, né?). Realmente, acontece com certa frequência (aguardando o dia em que você shippará o casal certo). Sou dada a torcer por excêntricos, como vilões bonzinhos que usam a maldade por mecanismo de proteção – o que não posso dizer se foi o caso. Mas posso dizer o seguinte: página 268.
“A vontade de ser dele, de me tornar poderosa junto a ele... Tudo era muito real”
Coisas assim são possíveis porque Thati arquiteta mil reviravoltas no decorrer de um capítulo (e por conta disto tenho recebido mensagens revoltadas de pessoas que não conseguiram parar de ler o livro e acabaram devorando-o em um único dia. Sou inocente, gente!). Outro dia, conversando sobre isso, chegamos à conclusão de que a velocidade dos acontecimentos é algo comum aos escritores que começaram carreira com webnovela/fanfic. Quando você tem o hábito de escrever e publicar periodicamente em uma plataforma de contato direto com os leitores, há uma tendência a tornar cada capítulo surpreendente, como meio de manter o interesse na história. O que não é tão necessário em um livro, mas ajuda a perdoar a ausência da trilogia que os elementos do enredo deveriam ter rendido (você também? Enquanto leitora viciada que sou, me recuso a escrever uma trilogia. É chato ficar esperando pela continuação, sem contar a dúvida tremenda que isso causa. Na maioria das vezes eu só compro uma trilogia se todos os livros estiverem publicados). Só dessa vez!
Esses anos de prática, no entanto, também refletem uma escrita afiada. É preciso parar em alguns parágrafos, reler e se dar conta de que aquilo não poderia ter sido melhor. Alguns quotes que eu gostaria muito de compartilhar nessa resenha e a vedação de spoiler não permite, mas são a melhor expressão do potencial da autora. Então aqui vai mais uma indicação de página: 231.
“Talvez morrer através de uma bala perfurando o seu corpo não fosse tão ruim. Talvez fosse mais fácil, mais rápido. Talvez a dor viesse bem depois, ou talvez eu já estivesse morta”
E por falar em autora, que é a ocupação de Mia, não poderia deixar de comentar que adorei as passagens do livro dentro do livro.
Querida Thati, favor dedicar um spin-off à história de Jude Andrews e me enviar o manuscrito em primeira mão . Com sua evolução, não tenho dúvidas de que será melhor que PDC, PCA e COO juntos. Mais do que seu talento, sou fã da coragem e determinação com que você persegue seus sonhos.
Parabéns pelo primeiro aniversário do NTC e obrigada por me deixar fazer parte disso!

P.S. Sem rancores por não ter enviado um vídeo, ok?
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