[RESENHA] FILHOS DE LILITH, ELAINE VELASCO
- Thati Machado
- 8 de jul. de 2015
- 3 min de leitura

Título: Filhos de Lilith - O Despertar
Autora: Elaine Velasco
Editora: Madras Teen
ISBN: 978-85-370-0946-8
Gênero: Literatura fantástica brasileira
N° de páginas: 160
Sinopse: Alice não se lembra de seu passado, de quem era ou de onde veio. Fatos por ela desconhecidos sobre sua antiga família humana e sua ascendência a ligam diretamente a Lilith, a mãe dos súcubos e íncubos, senhora do inferno, esposa de Lúcifer e rainha das bruxas, tornando-a objeto de desejo de todas as criaturas da noite. Tudo que Alice sabe é que seu corpo anseia desesperadamente por sangue e prazer. E, para saciar-se, está disposta a tudo. É assim que Carol a encontra, no centro de São Paulo, e oferece-lhe abrigo, proteção e esclarecimentos. Entretanto, há também um antigo clã de vampiros interessados na garota, que não hesitará em tentar aliciá-la, usando como artifício o belo e sedutor João Eduardo. Batharyal, um notório anjo caído, rei dos ladrões, também possui seus próprios planos para a confusa Alice e entrará nessa disputa. Porém, uma estranha força a mantém ligada a seu criador, o excêntrico íncubo Alejandro, que conhecendo-a como ninguém, não hesitará em lançar mão de sua maior fraqueza: o amor por um humano…
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Ao contrário do que aconteceu com muitos blogueiros, eu recebi o livro “Filhos de Lilith” da Madras Teen bem rapidamente. O livro veio embalado com bastante cuidado e acompanhado de marcadores de página. Quando solicitei a obra, confesso que sabia pouco a seu respeito. O único fato por mim conhecido era que se tratava de literatura fantástica envolvendo vampiros. Lendo a orelha do livro, descobri que se tratava da história de Alice, personagem de outra obra da autora: ”A Herança de Lilith”. Ainda na orelha, havia um recado dizendo que a leitura do livro era independente. Acreditei e mergulhei de cabeça.
De fato trata-se de um livro independente. Não senti falta de nada na obra. A história da Alice acontece no Brasil mesmo e eu achei bacana ver como as ruas de São Paulo eram povoadas por seres míticos. Demorei algumas páginas para, de fato, me afeiçoar pela protagonista. Quando isso aconteceu, a história fluiu de maneira leve e tranquila. A escrita da Elaine é ótima... Muito fluida e envolvente. Encontrei pouquíssimos erros de revisão, assinada por Silvia Massimini.
A história ficou mais interessante, ao menos para mim, com a chegada do João Eduardo, vampiro com nome de galã mexicano que acaba arrebatando Alice na trama. Muitas repostas começam a ser dadas e novas perguntas começam a surgir, fiquei grudada nas últimas páginas e quando acabou − deixando muito suspense no ar − eu tive um ataque. É maldade terminar um livro desse jeito! Então, estou ansiosa pelo segundo volume.
A capa do livro é bem bonita e não podia ser diferente, já que ela é obra do Renato Klisman (responsável também pela capa do meu primeiro livro, Ponte de cristal). A diagramação também está bem bonita. As letras possuem um tamanho bom e um excelente espaçamento. As folhas são amareladas e permitem uma leitura bastante agradável.

Apenas uma cena do livro não me agradou. A cena em questão envolve aborto e ela é tratada de maneira tão simples pelos personagens que eu simplesmente não gostei. O aborto é um tema delicadíssimo e merece ser discutido e avaliado sob diferentes perspectivas. Na obra, no entanto, a questão é tratada como “oito ou oitenta”, “mocinhos ou vilões”, “preto ou branco”, e eu não acredito que nada na vida possa ser assim. Somos, afinal, um emaranhado complexo. Não somos apenas uma coisa OU outra, somos um pouco de tudo. Acho que faltou essa sensibilidade da autora na hora de abordar o tema.
No geral, gostei de como a trama é conduzida e de como as descobertas surgem em pequenas doses, dando ao leitor a oportunidade de entender o universo vampiresco criado pela autora.
Alguém já leu ou pretende ler o livro? Alguém já leu alguma outra obra da autora? Não deixem de compartilhar conosco :)

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