[RESENHA] A COROA, KIERA CASS
- Thati Machado
- 11 de jul. de 2016
- 2 min de leitura

Título: A Coroa
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
ISBN: 978-85-5534-005-5
Gênero: literatura infantojuvenil
Páginas: 312
Muitas pessoas se mostraram insatisfeitas com o alongamento (obviamente comercial) da trilogia de sucesso "A Seleção". A princípio fui uma dessas pessoas, confesso. No entanto, Kiera me conquistou com sua escrita leve, fluida e romântica, o que me fez ler o quarto e inesperado livro da série, "A Herdeira". Comecei a ler com os dois pés atrás, afinal Eadlyn, a nova protagonista dessa continuação, desagradou muita gente por ser mimada e egocêntrica.
Reconheci esses dois aspectos na jovem princesa também, mas não fiquei surpresa nem chateada com o fato. Afinal, ela havia sido criada sob muita pressão. Sete míseros minutos colocaram o peso de todo um país nas suas costas desde o seu nascimento. Desse modo, consegui criar certa empatia pela protagonista e por todos os seus conflitos. O medo de se apaixonar e de falhar é crescente, mas ainda assim, a jovem princesa se permite evoluir e enxergar os seres humanos e suas necessidades, deixando a si mesma um pouquinho de lado. Esses fatos ficam ainda mais nítidos no quinto e último volume da série, onde a protagonista toma uma série de atitudes que comprovam que ela realmente se importa com alguém além dela.
"Nada te deixa mais consciente da presença de uma pessoa do que a falta dela."

Muitos questionaram o fato de não haver um protagonista masculino de fato nesses dois últimos volumes, mas me permitam dizer que: EU SEMPRE SOUBE DE QUEM SE TRATAVA. Desde o início sabia que Kile teria destaque na trama e seria importante para a jovem (alerta de spoiler na frase a seguir), mas que não seria ele a balançar as pernas da princesa e fazer seu mundo virar de cabeça para baixo. Eu sabia exatamente quem seria seu escolhido e confirmar minhas suspeitas ao fim da trama foi gratificante, mas confesso que o romance pode ter se desenvolvido um pouco mais rápido do que eu gostaria...
Além de toda essa questão romântica e sentimental, Eadlyn assume o cargo de princesa regente e posteriormente de rainha interina e prova que, apesar da pouca idade, ela tem capacidade para tomar as melhores decisões para o seu país.
"Vou fingir que você não quer dar a entender com essa pergunta que, na verdade, estou sendo feminina demais nessa questão. Porque sim, estou sendo sentimental."

Ainda um pouco ingênua, ela se vê pressionada por pessoas que querem lhe tomar a coroa da forma que puderem, mas também descobre ter muitos aliados, não apenas na política, mas também na sua vida. Não olhando apenas para o seu umbigo, Eadlyn permite enxergar que a história de seus pais não é exatamente o conto de fadas que ela sempre imaginou, mas que é exatamente isso que a torna única e especial. E depois de finalmente se permitir amar, talvez ela também esteja prestes a viver o mesmo.

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