[CINEMA - CRÍTICA] IMPREVISTOS DE UMA NOITE EM PARIS
- Thati Machado
- 23 de fev. de 2017
- 3 min de leitura

A convite da Aliança dos Blogueiros - RJ, fui conferir a cabine de imprensa de "Imprevistos de uma noite em Paris", comédia francesa dirigida, roteirizada e protagonizada por Édouard Baer. Inclusive, foi o próprio Édouard quem nos deu as boas vindas e iniciou a sessão.
"Baer já trabalhou em mais de 40 filmes, apresentou 3 vezes o Prêmio César (considerado o Oscar do cinema francês) e 2 vezes o Festival de Cannes. Também escreveu, dirigiu e atuou em seu primeiro projeto como realizador “La Bostella” e apresentou inúmeros programas de rádio e TV na França".
Tendo isso em mente, fui para a pré-estreia com as expectativas lá em cima. Não apenas por gostar de comédias e produções francesas, mas também porque o longa possui ninguém mais, ninguém menos que Audrey Tautou no elenco, a querida e eterna Amélie Poulin.

"Imprevistos de uma noite em Paris" conta a história de Luigi, que tem apenas uma noite para salvar seu teatro e sua mais nova produção. Em apenas uma madrugada, o protagonista precisa encontrar um macaco de verdade para levar aos palcos, reconquistar a confiança de sua equipe, já que ninguém vê seu salário a bons dois meses, não decepcionar seus melhores amigos e ainda mostrar a sua estagiária que existe outra maneira de lidar com os problemas da vida: dando prioridade ao que é mais divertido. Luigi tem uma lábia incrível e consegue se safar das situações mais inusitadas. É claro que, levar a vida desse jeito boêmio tem lá o seu preço: ser um pai ausente, um padrinho relapso, um amigo egoísta e uma pessoa pouco confiável. Porque não importa quem vai sair machucado dessa história, Luigi sempre vai encontrar um jeito de escapar de suas (ir)responsabilidades.
Eu esperava dar boas gargalhadas com a produção... Entrei na sala de cinema esperando diálogos ricos, sacadas brilhantes e um humor leve e despretensioso. Saí de lá classificando o filme em uma única palavra: bobo. Queria encontrar uma palavra melhor para descrever a produção, mas essa foi a única que me ocorreu. Luigi é um malandro e a forma como ele vai levando as coisas e deixando um rastro de consequências é bem irritante. Além disso, tendo estado com o ator, não posso deixar de mencionar que tive a impressão de que Édouard estava interpretando a si mesmo. O ator fez sua breve apresentação com o mesmo estilo de humor encontrado no filme e em seu personagem.

Créditos da imagem: Nem Te Conto
A trama em si, também pode ser classificada como boba. Talvez você possa, se for fã do teatro e dos seus bastidores como eu, se identificar com uma parte ou outra, mas no geral tudo é um pouco exagerado e surreal. A única coisa positiva que tenho a destacar no filme é a interpretação da Audrey, que sempre consegue encenar seus personagens diferenciando-os de alguma forma.
Fiquei bastante frustrada, confesso. E, sinceramente, acho que não fui a única. Ao final do filme, o ator, roteirista e produtor voltou à sala de cinema para um bate-papo com os espectadores, mas ninguém ficou na sala. Isso me fez questionar até que ponto é benéfico desempenhar inúmeras funções em uma produção. Certamente, nesse caso, não foi algo positivo. Algumas passagens do filme ainda não fazem o menor sentido para mim, mas acho que esse nem é o maior problema. The OA, série da Netflix, ainda não faz sentido para mim, mas isso não diminui o meu amor pela trama e seus personagens. A verdade é que "Imprevistos de uma noite em Paris" não tem muito a oferecer.
Obs.: Um obrigada superespecial a Maisa e Rafa, por tornarem as cabines de imprensa possíveis!

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