[RESENHA] CABEÇAS DE FERRO, CAROL SABAR
- Gabriel Sidney
- 15 de mar. de 2017
- 3 min de leitura

*Livro cedido pela editora em parceria com a Aliança de Blogueiros - RJ
Nome: Cabeças de Ferro
Autor(a): Carol Sabar
Editora: Jangada
Ano: 2016
Páginas: 304
ISBN: 9788555390562
Cabeças de Ferro é o terceiro livro da Carol Sabar publicado pela Jangada. Ela é uma autora mineira mais conhecida por livros como “Azar o Seu!” e “Como (quase) Namorei Robert Pattinson”, mas esse foi o primeiro livro da autora que li, apesar de já estar interessado em conhecer as suas obras antes de ter esse livro em mãos.
Em "Cabeças de Ferro", conhecemos a história da Malu, uma adolescente que acaba de ser uma das primeiras selecionadas para estudar na concorridíssima Faculdade de Ponto Sem Nó, cidade onde ela vive, mais conhecida por Faculdade dos Cabeça de Ferro. Malu sempre foi uma garota inteligente e talvez esse motivo tenha levado ela a ser uma das primeiras selecionadas no vestibular. Além disso, Malu sempre foi a líder da turma, deixando Arthur em segundo lugar.
Arthur é o seu arqui-inimigo, aquele do qual ela sempre tentou manter distância. Isso tudo porque ele foi o responsável pelo seu apelido Pikachu. Mas quanto mais ela tenta não vê-lo, a vida sempre encontra um jeito de fazê-lo. E o reencontro acontece na faculdade, quando ela se prepara para encarar o trote. Não bastava Arthur tê-la humilhado no passado, ele ainda teria que humilhá-la novamente na faculdade despejando na cabeça da Malu um líquido misterioso.
Ao invés de despejar o líquido em Malu, Arthur despeja em outra novata, mas o problema é que a novata sofre um choque anafilático e sobra para Arthur e Malu salvá-la, já que todos fugiram do local com medo das consequências do ato. É nesse momento que as vidas de Malu e Arthur mudam e seus dias se transformam em uma busca para entender o que exatamente aconteceu na noite do trote.
O que teria acontecido? O que teria naquele líquido, que curiosamente tinha a cor diferente dos outros, que fez com que a novata tivesse um choque anafilático? Quem era o verdadeiro responsável pelas garrafas do trote? As perguntas que surgem naquela noite e os acontecimentos do livro a partir disso são pistas para descobrir as respostas para todas as dúvidas que vão surgindo aos poucos.
Confesso que me decepcionei um pouco com livro. A escrita da Carol é divertida e não se aprofunda muito nos detalhes, mas isso tem o seu lado positivo e negativo. Positivo, pois não deixa a leitura cansativa explicando até a cor do tapete do cômodo que a personagem entrou, mas também deixa a leitura com algumas cenas que poderiam ter sido mais exploradas e explicadas melhor. Eu não sei, talvez algumas pessoas não se sintam incomodadas com isso, mas em algumas cenas eu senti falta de alguns diálogos a mais e alguns parágrafos que me fizessem entrar realmente na história.
Alguns personagens também não me chamaram atenção e nem proporcionaram identificação com eles. Malu, de início, me parecia uma personagem sem graça que eu não ia gostar durante toda a leitura, mas eu estava enganado, comecei a gostar dela aos poucos. Mas o personagem que me chamou mais atenção realmente foi Arthur, e de longe é o melhor de toda a história. Nicolas foi aquele personagem que eu tive que engolir todas as vezes que ele aparecia, não conseguia gostar dele.
Senti falta de um final forte também. As cenas finais não são tão chocantes e revelam o maior mistério da trama de maneira simples e rápida. Senti falta de algumas páginas a mais, para que Carol pudesse explicar como alguns personagens terminaram. Carol conseguiu mesclar bem o mistério com um romance... Talvez tenha sido a vontade de descobrir a verdade que tenha me feito continuar a leitura e é o que torna o livro interessante, porque o romance não foi algo que eu tenha gostado muito.
A edição da editora Jangada é bem simples, a capa não é muito chamativa e a diagramação não tem nenhum detalhe que chame a atenção também, mas a letra é bem grande e as páginas amarelas fornecem uma boa leitura.
No fim, Cabeças de Ferro foi uma leitura que mais me prendeu pelo mistério que Carol construiu na história do que pelos personagens ou pelo romance que surgiu. É uma leitura que vai agradar mais as pessoas que gostam desse estilo ou que já estão acostumados com o estilo de narrativa da Carol que, por sinal, é bem divertida.

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